domingo, agosto 09, 2009

A volta do filho pródigo: a história de um retorno para casa.

Pintura de Rembrandt van Rijn (1606 - 1669)
A volta do Filho Pródigo, museu "Hermitage"
St. Petersburg (Russia)

Este assunto eu irei reincidir com certeza e penso que será em breve.

Encontrei-me com
Nouwen que encontrou-se certa vez com Rembrandt e os três encontraram a história do filho pródigo.

Eu, por minha vez, sou mera repetidora de coisas. Repito a obra de Rembrandt e repito as palavras de Nouwen, que conseguem narrar e interpretar esta história melhor que eu. Sorte a minha que nos encontramos.
Espero que gostem tanto quanto eu. Graça seja multiplicada.

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"Por muitos anos procurei vislumbrar Deus mediante a observação cuidadosa de diferentes aspectos do comportamento humano: amor e solitude, alegria e pesar, ressentimento e gratidão, discórdia e paz. Procurei entender os altos e baixos da alma humana, ali distinguir fome e sede que somente um Deus cujo nome é Amor pode saciar. Tentei descobrir o duradouro acima do transitório, o eterno contrapondo-se ao temporal, o verdadeiro amor vecendo os entraves do medo e a consolação de Deus superando a desolação, toda angústia e agonia humanas. Tentei constantemente assinalar o fato que, ao lado da nossa natureza mortal, paira uma presença maior, profunda, ampla e mais bela do que podemos imaginar, e falar dessa presença como algo que mesmo agora pode ser visto, ouvido e tocado por aqueles que se dispõem a crer.

[...]

Quando vi pela primeira vez o quadro de Rembrandt, essa noção da presença de Deus em mim não era tão nítida quanto agora. Entretanto, a reação intensa ao abraço do pai e filho mostrou quão ansiosamente eu buscara aquele lugar secreto onde eu também pudesse me sentir tão amparado quanto o jovem do quadro."



Henry Nouwen*, 2007
A volta do filho pródigo: a história de um retorno para casa.
* Nasceu na Holanda, onde foi ordenado padre em 1957. Escreveu muitos livros e ensinou na Universidade de Notre Dame, Yale e Harvard.

Um comentário:

Selia disse...

Identificar-se com certas imagens, nos remete às verdades bíblicas da criação. Imagino que após o término de cada obra o Criador ficava embevecido com o que via! Deliciar-se ao ver a cor da água do rio que corria entre a multiplicidade de flores, as árvores (provavelmente ipês amarelos também), outras com seus apetitosos frutos, até a macieira... eh,eh,eh. Deus nos ensina humildade desde os primórdios, pois dizia que era BOM! Era ótimo, excelente!
Dentre as muitas imagens que compõem o meu cotidiano, e com as quais eu aprendo e coloco mais beleza à minha existência, está uma bem recente, de hoje. No culto, estavam à minha frente, três pessoas idosas; duas mulheres e um homem. Uma delas com as suas condições físicas mais plenas, louvava a Deus sem limitações externas, uma outra parecia fazer um esforço muito grande para levantar as mãos em louvor ao pai; seus dedos eram todos retorcidos. O homem, permanecia sentado, não conseguia ficar em pé, mas o seu semblante era de total adoração ao nosso Deus, ele batia palmas, sorria, demonstrava uma alegria coantagiante... e eu, sorria, me enternecia e chorava... era o meu melhor naquele momento, diante da IMAGEM com a qual um ensino belo me era proporcionado!
Imagens não negam fatos, e invariavelmente possibilitam aprendizado. Apenas,faz-se necessário ter olhos de VER!