Sou rebelde? Imagino a vida a me falar para aceitar o cotidiano mediano e eu recuso.
Ela me diz para o meu bem, me avisa que conformar-se pode ser confortável, e que, talvez se, eu continuar no emprego do conformismo hoje eu me torne a mulher conformadamente mediana.
Tá, mas é aí que está o problema, não sou mediana em nada, eu oscilo bem para cima e bem para baixo. Me desvio da média e renego paradigmas. Nunca sei se nasci assim ou assim me formei, sem conformar.
Outro dia parei a comparar-me. Tracei paralelos e me choquei com meu tanto incomum. Mas isso não me conforta, não me conforma às figuras exóticas a rua. Nada disso, me visto de cinza e preto, cabelos presos beirando invisível, embora nem sempre o consiga.
Anseio eu perceber o melhor trajeto e a certeza de que para algum lugar estou indo? Viveria para criar um filho, uma família, um emprego, planos de uma mulher de trinta, quais além desses? Viajar o mundo, escrever um livro, construir uma casa, cuidar da natureza, ler centenas de livros ou chegar ao milésimo filme?
Satisfatório? Não sei, mesmo! Me parece, numa dessas, tudo rota de fuja a fim de me desviar dos entraves e limitantes de minhas escolhas inconformadas.
Não queria um texto que falasse da independência da mulher, que diferente de alguns anos passados ... e toda a história que já conhecemos e vibramos. Lemos, nos identificamos e voltamos exatamente para o mesmo lugar inconformado.
Não culpo os dias, a sociedade, a família, a religião. Não dou mais conta para justificar esse amontoado de coisas, eu assumo o que eu fiz para esticar a corda da minha vida e ver qual é.
Taí, acho que em meio a essas linhas encontrei uma qualidade e percebo de leve. Gosto de arriscar. Gosto do gosto da inconformidade. Da instabilidade que me toma, me faz alegre, triste, triste, alegre, alegre, eis meu vício.
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